As traduções latinas antimedievais da obra de Aristóteles: o caso Leonardo Bruni

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4 anos 5 meses
Data do Evento
Local
Sala 266 do Prédio de Letras
Área/Programa de Pós-Graduação
Língua, Literatura e Cultura Italianas
As traduções medievais latinas de Aristóteles realizadas por Robert Grosseteste (c. 1175–1253 e Willem van Moerbeke (1215-35–c. 1286) tornaram-se as obras de referência para os filósofos e teólogos responsáveis pela introdução do pensamento do filósofo grego no Ocidente. Aquelas traduções tinham por fim preservar a fidelidade máxima ao pensamento original, o que levava a reproduzir a mesma ordem de palavras do texto grego, independentemente das dificuldades de compreensão linguística que isso pudesse trazer para o leitor habituado com a sintaxe latina. Refletindo um ambiente de polêmica humanista, no qual torna-se comum opor-se à cultura medieval, Leonardo Bruni (c. 1370–1444) retraduz alguns textos de Aristóteles de acordo com preceitos estilísticos extraídos da retórica escolar do período clássico. A sua tentativa de adequar o conteúdo do texto original à “eloquência” supostamente requerida pela tradição literária latina trouxe por sua vez dificuldades para o leitor que pretendesse conhecer por meio da tradução o pensamento exato expresso no texto original.
 
Ministrante: Prof. Luís Lindo